Mesmo em meio à pandemia do coronavírus, as exportações brasileiras de frutas devem acelerar no segundo semestre.
De acordo com a entidade, o abacate da variedade avocado, assim como o limão, a laranja e a maçã estão entre os mais exportados no início deste ano. Em 2019, a comercialização de frutas foi de 980,5 mil toneladas (alta de 16%) e US$ 858 milhões em receita (aumento de 8,5%).
Segundo Guilherme Coelho, em muitos países onde a incidência da pandemia é maior – como Itália, França e Inglaterra – trabalhadores qualificados de nações vizinhas estavam acostumados a residir nas áreas produtivas entre a primavera e o verão. Esse movimento foi afetado pelo fechamento das fronteiras. “Com a pandemia, essa logística está complicada. Eles estão chamando estudantes e quem está desempregado para o trabalho. Não é uma mão de obra especializada”, diz.
Fruticultor na fazenda Santa Felicidade, em Petrolina (PE), cidade próxima ao Rio São Francisco, Coelho produz cerca de 5 mil toneladas de uvas e 2,4 mil toneladas de mangas. Desse montante, 70% vão para a exportação. São cerca de 5,2 mil toneladas, a maior parte para a Europa e os Estados Unidos.
Ele conta que a demanda aumentou em 50% nos primeiros quatro meses do ano e que a desvalorização do real também ajudou a dar mais competitividade aos embarques externos. “A gente produz manga e uva o ano inteiro. No Brasil, temos duas safras, enquanto os demais países de clima temperado não conseguem produzir fora da primavera e do verão”, analisa.
Das 997 mil toneladas exportadas pelo Brasil no último ano, 739,4 mil toneladas foram para a Europa, com uma receita de US$ 677 milhões. Do que é embarcado para o velho continente, 353,1 mil toneladas (47,7%) são enviadas para o Porto de Rotterdam, na Holanda, que funciona como uma espécie de entreposto, reenviando as frutas para os demais países.
Um dos países que recebem as frutas brasileiras é a Alemanha. Gérman Ponce, economista pernambucano residente na cidade de Brémen, no norte do país, trabalha com o comércio de frutas desde 2002. Atualmente, ele é o responsável pela importação de uvas de fora do continente para a Greenyard, uma das maiores companhias de frutas e vegetais da Europa. A empresa também importa abacate, maçã, pêra e cítricos, como limão e laranja. “Nós sentimos que houve um certo aquecimento na demanda e tivemos a preocupação de fazer preços acessíveis para manter as vendas”, diz.
No caso das uvas, são 13 mil toneladas importadas pela Greenyard anualmente, das quais 1,9 mil toneladas saem do Brasil. Países como Peru, Namíbia, Índia, Chile, Egito e Marrocos também são fornecedores, de acordo com a evolução das safras. Com o lockdown decretado no final de março na Índia por causa do coronavírus, foi preciso buscar um outro centro para o fornecimento da fruta.
“Foi fundamental ter o Brasil e os produtores do Vale do Rio São Francisco como parceiros. Entre o momento em que a gente faz o pedido e a entrega para o cliente, são três semanas. Não há logística que atenda a Europa de maneira tão rápida.”, avalia o economista.
Para os agricultores brasileiros, o câmbio tem ajudado em diversos setores da cadeia de alimentos.
Com o euro operando acima de R$ 6, a exportação de frutas para a Europa também entra nesse panorama de maior rentabilidade. “O produtor acaba recebendo mais em um momento como esse, o que faz com que a fruta brasileira se torne mais competitiva”, afirma.
Segundo Ponce, produtos que estão fora dos segmentos alimentício e farmacêutico ficaram em segundo plano para a população alemã com a pandemia. Por conta da necessidade de fortalecer o sistema imunológico com a ingestão de vitaminas, as pessoas passaram a buscar mais os hortifrutigranjeiros entre os alimentos, como verduras e frutas, principalmente as cítricas, como limão, laranja e tangerina.
Com a reabertura gradativa das atividades no país entre maio e junho, o food service (bares e restaurantes) deve impulsionar ainda mais a demanda por frutas. (Fonte: Globo Rural)
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O novo presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, entende que o Brasil pode ser favorecido pela maior procura por alimentos saudáveis e ricos em vitaminas em nações desenvolvidas e pela entressafra com o fim do verão nos países de clima temperado.Foto: Aldair Dantas |
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A meta da associação para 2020 é alcançar a marca de US$ 1 bilhão. “Pelas nossas conversas com os importadores, eles acreditam que no pós-pandemia as pessoas devem se voltar para alimentos saudáveis. Já havia essa necessidade e isso deve ser reforçado. A nossa atividade não está sofrendo parada nos embarques (com a pandemia do coronavírus) e o forte da safra no Brasil será no segundo semestre”, afirma.Segundo Guilherme Coelho, em muitos países onde a incidência da pandemia é maior – como Itália, França e Inglaterra – trabalhadores qualificados de nações vizinhas estavam acostumados a residir nas áreas produtivas entre a primavera e o verão. Esse movimento foi afetado pelo fechamento das fronteiras. “Com a pandemia, essa logística está complicada. Eles estão chamando estudantes e quem está desempregado para o trabalho. Não é uma mão de obra especializada”, diz.
Fruticultor na fazenda Santa Felicidade, em Petrolina (PE), cidade próxima ao Rio São Francisco, Coelho produz cerca de 5 mil toneladas de uvas e 2,4 mil toneladas de mangas. Desse montante, 70% vão para a exportação. São cerca de 5,2 mil toneladas, a maior parte para a Europa e os Estados Unidos.
Ele conta que a demanda aumentou em 50% nos primeiros quatro meses do ano e que a desvalorização do real também ajudou a dar mais competitividade aos embarques externos. “A gente produz manga e uva o ano inteiro. No Brasil, temos duas safras, enquanto os demais países de clima temperado não conseguem produzir fora da primavera e do verão”, analisa.
Das 997 mil toneladas exportadas pelo Brasil no último ano, 739,4 mil toneladas foram para a Europa, com uma receita de US$ 677 milhões. Do que é embarcado para o velho continente, 353,1 mil toneladas (47,7%) são enviadas para o Porto de Rotterdam, na Holanda, que funciona como uma espécie de entreposto, reenviando as frutas para os demais países.
Um dos países que recebem as frutas brasileiras é a Alemanha. Gérman Ponce, economista pernambucano residente na cidade de Brémen, no norte do país, trabalha com o comércio de frutas desde 2002. Atualmente, ele é o responsável pela importação de uvas de fora do continente para a Greenyard, uma das maiores companhias de frutas e vegetais da Europa. A empresa também importa abacate, maçã, pêra e cítricos, como limão e laranja. “Nós sentimos que houve um certo aquecimento na demanda e tivemos a preocupação de fazer preços acessíveis para manter as vendas”, diz.
No caso das uvas, são 13 mil toneladas importadas pela Greenyard anualmente, das quais 1,9 mil toneladas saem do Brasil. Países como Peru, Namíbia, Índia, Chile, Egito e Marrocos também são fornecedores, de acordo com a evolução das safras. Com o lockdown decretado no final de março na Índia por causa do coronavírus, foi preciso buscar um outro centro para o fornecimento da fruta.
“Foi fundamental ter o Brasil e os produtores do Vale do Rio São Francisco como parceiros. Entre o momento em que a gente faz o pedido e a entrega para o cliente, são três semanas. Não há logística que atenda a Europa de maneira tão rápida.”, avalia o economista.
Para os agricultores brasileiros, o câmbio tem ajudado em diversos setores da cadeia de alimentos.
Com o euro operando acima de R$ 6, a exportação de frutas para a Europa também entra nesse panorama de maior rentabilidade. “O produtor acaba recebendo mais em um momento como esse, o que faz com que a fruta brasileira se torne mais competitiva”, afirma.
Segundo Ponce, produtos que estão fora dos segmentos alimentício e farmacêutico ficaram em segundo plano para a população alemã com a pandemia. Por conta da necessidade de fortalecer o sistema imunológico com a ingestão de vitaminas, as pessoas passaram a buscar mais os hortifrutigranjeiros entre os alimentos, como verduras e frutas, principalmente as cítricas, como limão, laranja e tangerina.
Com a reabertura gradativa das atividades no país entre maio e junho, o food service (bares e restaurantes) deve impulsionar ainda mais a demanda por frutas. (Fonte: Globo Rural)
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