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67 policiais baianos, incluindo militares de Juazeiro, são investigados pelo MP por envolvimento com milícias

O quadro é preocupante, com o número de policiais acusados de integrar milícias aumentando significativamente em 2023.

Foto: Ilustrativa

Em pouco mais de três anos, 67 policiais na Bahia tornaram-se alvos do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do estado, acusados de integrar milícias ou grupos de extermínio. Um levantamento realizado pelo O Globo junto ao MP-BA, com informações publicadas pelo Portal Spy, revelou que essas quadrilhas de agentes de segurança estão infiltradas em 16 cidades, abrangendo tanto áreas metropolitanas quanto regiões rurais.

O quadro é preocupante, com o número de policiais acusados de integrar milícias aumentando significativamente em 2023. Foram 23 agentes alvos em sete operações diferentes, um número maior do que nos dois anos anteriores combinados. Esse crescimento coincide com a escalada de mortes em operações da polícia baiana nos últimos anos, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Entre os casos mais emblemáticos está o sequestro e assassinato do mototaxista Alex Cirino, em Paulo Afonso, em abril de 2021. O MP-BA alega que Cirino foi morto por uma milícia formada por policiais militares do batalhão local, pois ele era a principal testemunha de um processo contra a quadrilha. Atualmente, um capitão e um soldado respondem pelo assassinato, enquanto outros 14 policiais do mesmo batalhão enfrentam acusações relacionadas à atuação da milícia.

Além disso, recentes operações revelaram a presença de milícias nos municípios: Acajutiba, Água Fria, Barreiras, Camaçari, Cansanção, Feira de Santana, Inahmpube, Itabuna, Juazeiro, Lamarão, Paulo Afonso, Piatã, Santaluz, Santa Maria da Vitória, Santo Estevão e Valente, levando ao afastamento de quatro policiais militares e um policial civil suspeitos de envolvimento em mais de uma dezena de homicídios. Em dezembro, uma operação conjunta entre o Gaeco e a Polícia Federal desarticulou uma milícia atuante há quase duas décadas em Feira de Santana, apontando o deputado estadual Binho Galinha como líder do grupo, e resultando na prisão de três policiais militares como braço armado do político.

Investigações adicionais indicam o uso de empresas de segurança como fachada para ações de milícias de policiais no estado, envolvendo casos de assaltos a comerciantes e ameaças a comunidades. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia destacou que, em 2023, realizou 19 operações que resultaram em 108 pessoas alvos de mandados de prisão ou busca e apreensão, como parte dos esforços para combater essas organizações criminosas internas.

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