Foto: Marcelo Cortes / Flamengo |
Gabigol recebeu uma suspensão de dois anos devido a uma questão de fraude durante um exame antidoping. O processo, iniciado na semana passada, foi concluído hoje. O atacante do Flamengo enfrentou julgamento nesta tarde perante a Justiça Desportiva Antidopagem, em uma sessão que durou cerca de duas horas e pouco. A pena entrará em vigor a partir de abril, mas ainda cabe recurso.
O julgamento foi bastante disputado, com o placar de 5 a 4 a favor da punição ao jogador.
Gabigol foi acusado de violar o artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem, que trata de "fraude ou tentativa de fraude em qualquer parte do processo de controle". A legislação prevê uma suspensão de até quatro anos em caso de condenação.
A defesa do jogador contou com o depoimento de L.C. Cameron, um bioquímico, que foi chamado para discutir os métodos e técnicas de detecção de substâncias proibidas nos exames antidoping. Ele foi questionado pelos advogados de Gabriel, pela Procuradoria do tribunal e pelos auditores. Durante seu testemunho, Cameron afirmou que, principalmente no que diz respeito ao resultado do teste, não houve qualquer irregularidade.
A acusação foi feita no final de dezembro e a defesa apresentada em 26 de janeiro, dentro do prazo estipulado. Além disso, foram incluídas imagens das câmeras de segurança do Centro de Treinamento Ninho do Urubu para respaldar a versão do atleta.
A primeira parte do julgamento ocorreu em 20 de fevereiro, com cinco horas de duração, realizada de forma virtual pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD). Gabigol prestou seu depoimento por videoconferência, assim como outras sete testemunhas.
Naquela ocasião, o tribunal optou por encerrar a sessão e retomá-la hoje, também de forma virtual. Gabigol também participou da sessão desta tarde. Um dos argumentos da defesa do jogador ressalta que ele realizou o exame de sangue, considerado mais eficaz.
A representação legal do jogador foi conduzida pela equipe do advogado Bichara Neto, que defendeu Paolo Guerrero em um caso de suspensão por doping nos tribunais da FIFA em 2017. O vice-presidente geral e jurídico do clube, Rodrigo Dunshee, também esteve presente na sessão em defesa do jogador.
Relembrando o caso, Gabigol foi acusado de dificultar a realização do exame, o que, mesmo que ele tenha sido feito e o resultado tenha sido negativo, se enquadra como "fraude ou tentativa de fraude em qualquer parte do processo de controle", de acordo com o artigo 122 do Código Brasileiro Antidopagem.
Uma das alegações da acusação refere-se à demora de Gabigol para realizar o exame e sua falta de cooperação com as instruções. Todos os jogadores do Flamengo, exceto Gabigol, realizaram o exame antes do treinamento matinal em 8 de abril de 2023, no Ninho do Urubu.
Segundo os responsáveis pelo exame, o jogador não se dirigiu a eles antes do treino, os ignorou após a atividade para almoçar, tratou a equipe com desrespeito, não seguiu os procedimentos indicados, pegou o recipiente para coleta sem avisar ninguém, ficou irritado quando um oficial o acompanhou ao banheiro para a coleta e, no final, entregou o recipiente aberto, indo contra as orientações recebidas.
O processo, conhecido como doping surpresa, é conduzido pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) e geralmente ocorre sem aviso prévio nos centros de treinamento. Gabigol recebeu a primeira notificação sobre a tentativa de fraude em 30 de maio. Posteriormente, Rodrigo Dunshee, vice-presidente geral e jurídico do Flamengo, fez a primeira defesa do jogador, sendo seguido pela contratação do advogado Bichara Neto pelo clube para defender o atleta. Com informações: GE/Globo
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