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Com 457 mil seguidores, o pastor evangélico Agnaldo Roberto Betti, preso em flagrante por compartilhar pornografia infantil na quarta-feira (3), em Valinhos (SP), pregava sobre castidade e “influências mundanas” em vídeos publicados no canal de lições bíblicas que ele administrava.
Somente no canal do YouTube, o líder religioso conta com 417 mil inscritos e 33 milhões de visualizações. Entre os temas abordados nas gravações estão a importância da fidelidade, caminhos para abandonar o pecado e relacionamentos familiares. As informações são do G1.
De acordo com a PM, Betti, de 58 anos, atua na igreja evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém. A instituição afirmou repudiar “veementemente qualquer comportamento que contrarie os princípios e regras de fé da Bíblia Sagrada e, especialmente, que implique em violação da infância”.
Segundo a igreja, o pastor foi suspenso do quadro de membros e do cargo até que se “apure devidamente os fatos”. A defesa do pastor não foi localizada.
Reincidente
A Polícia Militar informou que o pastor foi surpreendido pelas equipes em sua própria casa enquanto acessava os conteúdos por meio de um aplicativo. Ele tentou deletar os arquivos, mas não teve sucesso.
De acordo com a Polícia Federal, ele já havia sido indiciado este ano pelo mesmo crime, porém “continuou a adquirir e compartilhar diversos vídeos e imagens de conteúdo de violência sexual infantojuvenil”.
Esse é o primeiro caso registrado pela Polícia Federal de compartilhamento ilícito na metrópole. A investigação que resultou na prisão do pastor faz parte da Operação Escudo da Inocência, que visa proteger crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual.
De acordo com a Polícia Federal, o indivíduo foi levado à Delegacia da Polícia Federal e passou por uma audiência de custódia nesta quinta-feira (4). Ele permanecerá detido por 90 dias e, se condenado, poderá cumprir uma pena de até 10 anos de prisão.
Nota da igreja
A Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém divulgou uma nota afirmando que, embora Agnaldo ainda seja membro, ele não exerce funções pastorais desde março de 2017. Ele escolheu seguir um ministério "pessoal itinerante", dedicando-se ao seu canal na internet.
A instituição também declarou desconhecer qualquer investigação relacionada ao pastor. Confira a íntegra do posicionamento:
“A Diretoria da Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Ministério do Belém em Campinas/SP, vem a público, em face das notícias veiculadas nesta data sobre a prisão de Agnaldo Roberto Betti, sob suspeita de compartilhamento de pornografia infantil, esclarecer que repudia, veementemente, qualquer comportamento que contrarie os princípios e regras de fé da Bíblia Sagrada e, especialmente, que implique em violação da infância.
Esclarece, ainda, que o envolvido, apesar de integrar o quadro de membros e do vínculo eclesiástico como Ministro do Evangelho da IEADCAMP, já não atua com funções pastorais, seja no templo sede ou em suas filiais, desde março de 2017, tendo optado por exercer um ministério pessoal itinerante, mantendo, ainda, um canal particular na internet, com milhares de seguidores.
Também esclarece que a IEADCAMP, por sua Diretoria, desconhecia qualquer investigação ou indiciamento anteriormente aos fatos hoje divulgados.
Em vista da prisão e notícias veiculadas, informa que o envolvido está suspenso do rol de membros e do cargo eclesiástico, até que se apure definitivamente os fatos, aguardando-se a devida atuação das autoridades policiais e judiciais competentes, resguardado o direito de defesa e contraditório, inclusive em procedimento administrativo que deverá tramitar nos órgãos jurídico e eclesiástico da IEADCAMP, na forma do seu Estatuto.
Por fim, a Diretoria da IEADCAMP solidariza-se com as vítimas dos fatos anunciados, bem como com a família do envolvido, que também é vitimizada pela conduta ora revelada, conclamando que os mantenhamos a todos em nossas orações”.
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