“Na campanha, foram ditas muitas coisas que causam apreensão. Não só no Brasil, no mundo inteiro. Causa uma apreensão nos mercados emergentes, causam apreensão nos países endividados, na Europa… então o dia amanheceu, no mundo, mais tenso”, afirmou o ministro a jornalistas.
Haddad chamou a atenção para o fato de o partido de Trump, os Republicanos, terem saído vitoriosos no parlamento também, com grande número de senadores e deputados eleitos. De acordo com o ministro, isso significa que o governo terá “muitos graus de liberdade”, mas “a vida tratará de corrigir algumas propostas exacerbadas”.
Haddad disse ainda que é preciso analisar os desdobramentos do governo Trump a partir do ano que vem, já que, segundo ele, “o que foi dito” nem sempre é “o que será feito”.
“As coisas, às vezes, não se traduzem da maneira como foram anunciadas, e o discurso pós-vitória já é um discurso mais moderado do que o da campanha, então nós temos que aguardar um pouquinho e cuidar da nossa casa, cuidar da economia para ser o menos afetado possível, qualquer que seja o cenário externo”, disse o ministro.
Questionado sobre qual seria o possível impacto da vitória de Trump nas eleições presidenciais brasileiras de 2026, Haddad disse reconhecer o avanço da direita no mundo e no Brasil, mas não acredita que haja um “automatismo” entre os dois pleitos.
“Não tem um casamento de eleições entre o Brasil e os Estados Unidos, não se dá assim. Não tem um automatismo. Existe um fenômeno crescente da extrema direita no mundo. Mas isso não é de agora, né? Isso vem desde 2016. O importante é a democracia continuar resistindo”, afirmou.
Posicionamento brasileiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiou a candidata opositora de Donald Trump, a democrata Kamala Harris. Na última sexta-feira (1º), em entrevista ao canal francês TF1, Lula sugeriu que uma vitória do candidato republicano Trump significaria uma volta do fascismo e nazismo.
“Temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos Estados Unidos, na Europa, na América Latina, vários países do mundo. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara”, explicou.
Vitória de Trump
Donald Trump está eleito presidente dos Estados Unidos, segundo projeção da CNN. Ele voltará à Casa Branca após quatro anos para um segundo mandato. Trump derrotou a atual vice-presidente Kamala Harris, candidata do Partido Democrata, que tinha apoio do presidente Joe Biden – que havia vencido Trump em 2020.
Ele conseguiu o número necessário de delegados – figura do sistema eleitoral dos Estados Unidos – para ser eleito no Colégio Eleitoral. Saiba mais sobre como funciona a votação nos EUA.
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