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Francês que drogava a própria esposa para estupros em série é condenado; foram 92 abusos praticados por 72 homens

Foto: Reprodução | 

Dominique Pelicot, um aposentado francês, foi condenado a 20 anos de prisão por drogar sua ex-esposa e permitir que outros homens a estuprassem. A sentença, divulgada nesta quinta-feira (19), considerou Dominique culpado de todas as acusações, incluindo estupro agravado, crime que ele confessou.

Além de Dominique, outros 50 homens julgados por participar dos estupros de Gisèle Pelicot, com o consentimento do aposentado, também foram condenados. O tribunal na França declarou 46 deles culpados por estupro, dois por tentativa de estupro e outros dois por agressão sexual, com penas que variam entre três e 20 anos de reclusão.


O caso, que causou grande repercussão no país, veio à tona de forma inesperada. Em 2020, Dominique foi denunciado por tentar filmar de forma ilícita partes íntimas de três mulheres em um supermercado. Durante a investigação, a polícia encontrou milhares de fotos e vídeos mostrando sua então esposa, inconsciente, sendo abusada por desconhecidos dentro da residência do casal.


Ao aprofundar a análise do computador de Dominique, os investigadores descobriram que ele oferecia encontros sexuais envolvendo a esposa por meio de um site. Conversas entre ele e os homens que aceitaram a proposta foram localizadas, revelando que os participantes, com idades entre 21 e 68 anos, sabiam que a vítima estaria inconsciente.


No total, 92 estupros, cometidos por 72 homens, foram registrados contra Gisèle durante o período de 10 anos (2011 a 2020). Contudo, apenas 50 dos autores foram identificados.

Renúncia ao anonimato

Apesar do caso angustiante, Gisèle decidiu abrir mão do anonimato e solicitou que o julgamento fosse realizado de forma pública. A atitude despertou admiração, já que milhares de vídeos nos quais ela é vista sendo abusada foram exibidos durante as audiências. A situação também gerou críticas, com algumas pessoas a acusando de cumplicidade com Dominique.

“Desde que cheguei a este tribunal, sinto-me humilhada por me chamarem de alcoólatra e dizerem que sou cúmplice do senhor Pelicot. Fiquei em coma e os vídeos podem atestar isso. Até os especialistas, todos homens, ficaram chocados com esses vídeos. Tenho a impressão de que sou a culpada e que os 50 são vítimas”, disse Gisèle.

"O estupro é uma questão de tempo? Três minutos, uma hora? Estou chocada! Se fosse a mãe ou a irmã deles, teriam a mesma defesa? Vieram me estuprar, não importa quanto tempo tenha passado”, continuou a francesa, em depoimento ao tribunal.

Durante o julgamento, alguns acusados confessaram a culpa, enquanto a maioria negou as acusações. Alguns réus alegaram acreditar que estavam participando de uma dinâmica sexual consensual organizada pelo casal. Outros sustentaram que o episódio não poderia ser classificado como estupro, uma vez que havia o consentimento do marido.

Dominique, hoje com 72, negou ter enganado os homens, dizendo que eles sabiam o que estavam fazendo. "Eu sou um estuprador como os outros nesta sala", disse.

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