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PM que executou jovem pelas costas em frente a mercado em SP fez tratamento psicológico após ser reprovado em concurso

Foto: Reprodução | 

O policial Vinicius de Lima Britto, que executou pelas costas um jovem negro em frente a um mercado da rede Oxxo na Zona Sul de São Paulo, realizou tratamento psicológico por cerca de um ano e meio, após ser reprovado no concurso da Polícia Militar em 2021. Na época, ele havia tentado ingressar na corporação pela primeira vez.

O g1 e a GloboNews conversaram com exclusividade com a defesa do PM, formada pelos advogados Carol Marques Mendes e Victor Varvello.

Em 2021, Vinicius foi reprovado no exame psicológico do concurso público para o cargo de Soldado PM de 2ª Classe. Na época, ele chegou a entrar com uma liminar contra a Fazenda Pública de São Paulo para contestar o resultado.

Segundo o resultado da avaliação, ele apresentou "inadequação" aos critérios exigidos no perfil psicológico nos seguintes requisitos: relacionamento interpessoal adequado, capacidade de liderança e controle emocional.

A defesa de Vinicius afirmou que, depois de ser reprovado na prova, ele procurou tratamento com psicólogo particular. "Ele fez um longo tratamento e refez os exames. Então, em um segundo momento, ele foi aprovado e ingressou de fato na Polícia Militar [em 2022]", explicou Varvello.
Além do episódio do mercado, Vinicius também está envolvido na morte de dois assaltantes em São Vicente, no litoral paulista, em dezembro de 2023 (leia mais abaixo). A defesa do PM reforçou que a corporação ofereceu ao policial acompanhamento psicológico em ambos os casos.

Vinicius está preso preventivamente no Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital. Nesta segunda-feira (9), a Justiça de São Paulo negou o pedido de liberdade provisória ao policial.

Na avaliação da juíza Michelle Porto de Medeiros Cunha Carreiro, da 5ª Vara do Júri, responsável pela decisão, o PM tem um histórico com indicativo de "um modus operandi violento e descontrolado".

Execução no mercado

Jovem negro de 26 anos é executado por policial militar de folga em mercado de SP

A execução de Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, foi registrada por câmeras de segurança do mercado Oxxo na Avenida Cupecê, no bairro Jardim Prudência, na Zona Sul de São Paulo. O jovem é acusado de furtar quatro pacotes de sabão.

No depoimento na delegacia, o PM disse que Gabriel estava armado e com a mão no bolso do moletom, razão pela qual ele atirou. Pelas imagens, obtidas pelo g1, Gabriel entrou no estabelecimento e pegou quatro pacotes de sabão líquido. Na fuga, ele escorregou num pedaço de papelão na porta e caiu no chão do estacionamento.

O policial estava no caixa pagando pelas compras, quando percebeu a ação. Vinicius sacou a arma e atirou várias vezes pelas costas de Gabriel, que tentava fugir. O jovem morreu no chão do estacionamento. Segundo o boletim de ocorrência, foram encontradas 11 perfurações pelo corpo dele.

A defesa de Vinicius contou que ele passou no mercado para comprar um lanche 45 minutos antes de entrar no trabalho, por isso estava usando a arma da corporação.

"Quando ele saiu [do mercado], Vinicius percebeu o que tinha acontecido e foi ameaçado pelo Gabriel. Foi quando ele deu o primeiro disparo e pediu para parar, falando que era a polícia. E o Gabriel continuou as ameaças", disse Mendes.

Questionada sobre a quantidade de disparos efetuados, a advogada de defesa afirmou que o PM não tinha certeza se Gabriel estava armado: "Era a vida dele ou a vida do Gabriel".

"O psicológico, a adrenalina na hora, a reação, eu acredito que os diversos tiros foram exatamente a reação do Vinícius e o medo de a vida dele estar em risco, porque é ele que sustenta a casa da mãe com o trabalho dele."

Aos advogados, o PM alegou que "seguiu todos os ritos e os treinamentos" que os policiais aprendem na corporação. A defesa também justificou que Gabriel havia furtado o mercado outras vezes e que a região tem alto índice de criminalidade.

Mortes em São Vicente

Vinicius também é investigado pela morte de dois homens em São Vicente, no litoral de São Paulo. Na madrugada de 18 de dezembro de 2023, ele estava em um carro, e o amigo Davi dos Santos de Souza, que também é policial, estava de moto, quando foram abordados por dois homens em uma motocicleta. Os PMs estavam acompanhados das namoradas.

Quando Matheus Quintino e Davi Emanoel Braz Ferreira anunciaram o assalto, Vinicius reagiu e atirou diversas vezes. Ambos morreram no local. O PM alega legítima defesa. Segundo o inquérito policial, a dupla tinha antecedentes criminais, inclusive por tentativa de homicídio contra policiais.

"Durante a Operação Verão, no seu momento de folga, Vinicius foi vítima de um assalto de uma arma colocada na direção da sua cabeça. E ele acabou por reagir ao assalto e matou. O Matheus [um dos assaltantes mortos] havia roubado uma loja e matado um empresário de Santos por conta dos 2 iPhones", contou Varvello.

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