![]() |
Foto: Reprodução | |
Veja publicação no Instagram:
Uma campanha publicitária da Prefeitura de Juazeiro, veiculada em outdoors na cidade, gerou controvérsia ao utilizar uma imagem que, segundo críticos, reforça estereótipos racistas. A peça promove o programa “Juazeiro Limpa” e exibe quatro pessoas, incluindo um homem negro segurando uma vassoura, representando trabalhadores da limpeza urbana.
Moradores avaliaram que a escolha da imagem pode perpetuar preconceitos históricos. Em nota divulgada à imprensa, uma leitora afirmou que a campanha transmite a impressão de associar exclusivamente pessoas negras a papéis de serventia. "Não há problema algum em trabalhar com limpeza, mas essa abordagem é antiquada e problemática", declarou outro morador.
Após a repercussão do caso no programa Preto no Branco, da rádio Transrio FM, a União de Negras e Negros pela Igualdade (UNEGRO) – núcleo Juazeiro – emitiu uma nota pública pedindo a retirada imediata da publicidade.
Confira a nota na íntegra:
“A União de negras e Negros Pela Igualdade -Juazeiro Bahia vem a público pedir a imediata retirada da publicidade visual da prefeitura na qual apresenta a imagem de um homem negro com a vassoura na mão e vestido de gari. Obviamente, nada que venha a desmerecer a profissão, mas o fato de reforçar a imagem estereotipada das pessoas negras sempre ligadas à função da limpeza, da subserviência e algo menor dentro da sociedade. A população negra historicamente marginalizada por todo o contexto da construção social do país foi relegada a esses espaços. O argumento de que existem outras imagens como essa nas quais estão pessoas brancas não se sustenta e reforça o senso comum de que somos todas/todos iguais na tentativa de anular as discriminações e história do racismo no Brasil. Não, não somos todas e todos iguais. A questão é o que está por trás da imagem, do símbolo e de como as pessoas vão ler aquela mensagem através da imagem. Obviamente que toda/todo publicitária/o leva em conta a semiótica, de modo que a mensagem que é passada é o que fala por si; no momento da produção dessa imagem, há de se fazer várias análises, dentre elas, a sociológica e a histórica, e é sobre isso que estamos falando. Cabe a quem está a frente ter o conhecimento necessário para que não reproduza o racismo nas publicidades da prefeitura e de propagandas outras. Lembremos que a imagem não está fora de um contexto e isso deve sempre ser considerado. A sociedade racista mostra todos os dias as desigualdades que acometem à população negra, inclusive ceifando suas vidas por meio da violência urbana, na saúde e nas variadas vulnerabilidades sociais. Os números mostram que não somos todas/todos iguais, exemplo: “Taxa de analfabetismo entre negros é mais que o dobro da registrada entre brancos. De acordo com o IBGE, o problema afeta 7,1% dos negros (pretos e pardos) e 3,2% dos brancos.”; “Dados do Atlas da violência 2024 indicam que quarenta e seis mil, quatrocentas e nove pessoas foram assassinadas no Brasil. Deste total, 76,5% eram pretas e pardas.”; O campo de informações acerca das desigualdades que acometem à população negra é vasto, cabe a cada cidadão e cidadã buscar se informar”.
0 تعليقات
Antes de comentar qualquer matéria leia as regras de utilização do Portal. Qualquer comentário que violar as regras será automaticamente excluído por nossa equipe. É proibido inserir links (urls) dentro do comentário, caso contrário o mesmo será deletado por nossa equipe.