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| Foto: Reprodução | |
O papa Francisco, que ainda está em processo de recuperação após uma pneumonia, apareceu neste domingo (20) na varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Com a voz frágil, ele desejou uma "Feliz Páscoa" aos milhares de fiéis reunidos para celebrar a ressurreição de Cristo.
Um mês depois de receber alta de uma hospitalização prolongada, a presença do pontífice de 88 anos era incerta, e o Vaticano não havia confirmado sua participação na cerimônia. No entanto, pouco depois das 12h00 (7h00 de Brasília), Francisco surgiu em uma cadeira de rodas para conduzir a tradicional bênção "Urbi et Orbi" (à cidade de Roma e ao mundo).
O jesuíta argentino, que já não utiliza cânula com oxigênio, contou com a ajuda de um colaborador para ler sua mensagem, na qual abordou os conflitos mundiais. Ele denunciou "uma situação humanitária dramática e ignóbil" em Gaza e pediu por um cessar-fogo. Também destacou sua preocupação com o crescente clima de antissemitismo que se espalha pelo mundo.
"Não é possível haver paz onde não há liberdade religiosa ou onde não há liberdade de pensamento nem de expressão, nem respeito pela opinião dos outros", afirmou o pontífice durante a bênção.
Em seguida, Francisco surpreendeu ao percorrer a Praça de São Pedro no papamóvel, momento em que abençoou alguns bebês.
Durante a manhã, o papa recebeu o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, em um "encontro privado de alguns minutos". Esse encontro ocorreu dois meses após Francisco criticar a política migratória do governo de Donald Trump.
Pela primeira vez desde sua eleição em 2013, o líder espiritual de 1,4 bilhão de católicos não participou da maioria das celebrações da Semana Santa, incluindo a Via Crucis próxima ao Coliseu na sexta-feira e a Vigília Pascal na noite de sábado.
No entanto, no sábado, pouco antes da vigília, ele fez uma breve aparição pública na Basílica de São Pedro, onde rezou diante da imagem da Virgem Maria e acenou para diversos fiéis, distribuindo doces entre as crianças.
A missa de Páscoa, que celebra a ressurreição de Cristo, começou às 8h30 GMT (5h30 de Brasília) na Praça de São Pedro, decorada com milhares de flores holandesas. A celebração foi presidida pelo cardeal italiano Angelo Comastri, e contou com a presença de cerca de 300 párocos, bispos e cardeais.
Milhares de fiéis
Os organizadores esperavam um grande público devido ao Jubileu 2025, o "Ano Santo" da Igreja Católica, que acontece a cada 25 anos. Quase 35.000 pessoas se reuniram na praça neste domingo, com a expectativa de ver o papa.
"Claro, esperamos ver o papa, mas, se ainda estiver doente, veremos seu representante. Mas gostaríamos de vê-lo, mesmo doente queremos vê-lo", disse à AFP Marie Manda, uma camaronesa de 59 anos.
Na noite de sábado, o cardeal italiano Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício, presidiu a Vigília Pascal, iluminada por milhares de velas nos arredores da Basílica de São Pedro.
Antes do Domingo de Páscoa, a única atividade pública da Semana Santa com a participação de Jorge Bergoglio havia sido a visita a uma prisão no centro de Roma, na quinta-feira, onde o papa se encontrou com cerca de 70 detentos.
Debilitado por problemas de saúde e várias intervenções cirúrgicas, Francisco esteve à beira da morte duas vezes durante sua última internação de 38 dias no Hospital Gemelli, de onde recebeu alta em 23 de março. Em suas últimas aparições públicas, ele já não utilizava cânulas nasais para oxigênio, indicando que sua saúde está melhorando graças à reabilitação.
Em um momento raro, os cristãos de todo o mundo celebraram este ano a Páscoa no mesmo dia, com a coincidência dos calendários gregoriano – seguido por católicos e protestantes – e juliano – adotado pelos ortodoxos.
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