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Morre Edy Star, juazeirense e primeiro artista glam brasileiro


Foto: Reprodução | 

Cantor de 87 anos esperou por mais de 30 horas em uma UPA na zona central de São Paulo para conseguir atendimento especializado, segundo seu biógrafo.

O cantor, compositor, dançarino e produtor Edy Star, de 87 anos, faleceu na madrugada desta quinta-feira, 25, no Hospital Heliópolis, localizado na zona sul de São Paulo. Ele estava internado em estado grave desde que sofreu uma queda em casa, ocorrida na semana anterior.

Star foi transferido para o Hospital Heliópolis na quarta-feira, 23, após aguardar mais de 30 horas por uma remoção da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Mariana, situada na região central da capital paulista. Durante esse período, Ricardo Santhiago, historiador e biógrafo do artista, promoveu uma intensa mobilização nas redes sociais para encontrar rapidamente um hospital capacitado a cuidar de sua delicada condição de saúde.

De acordo com comunicado divulgado pela assessoria de imprensa do cantor, Edy Star faleceu em decorrência de insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda e pancreatite aguda. A nota acrescenta que ele partiu "de forma serena, sem dor, enquanto recebia tratamento médico". O velório acontecerá nesta sexta-feira, 25, das 10h às 13h, no Cemitério do Araçá, em São Paulo.

Uma declaração assinada pelo coordenador do serviço médico de urgência e emergência do Hospital Heliópolis, Waldir Rocha de Azevedo Neto, informou que a equipe médica dedicou-se "ao tratamento contínuo e intensivo, realizando todos os esforços necessários" para salvar o artista. "Apesar da implementação de todas as intervenções clínicas recomendadas, incluindo suporte ventilatório, hemodiálise e manejo intensivo", não foi possível evitar o falecimento de Star.

Natural de Juazeiro, na Bahia, Edivaldo Souza, nome de batismo de Star, iniciou sua carreira ainda na adolescência, participando do programa A Hora da Criança , da Rádio Sociedade da Bahia. Nos anos 1960, assim como outros artistas de sua geração, aproximou-se do eixo Rio-São Paulo em busca de novas oportunidades artísticas. Nesse período, compôs com Gilberto Gil a toada Procissão , que integra o repertório da turnê de despedida de Gil, intitulada Tempo Rei .

Ele ganhou notoriedade ao participar do álbum Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 , lançado em 1971, ao lado de Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada. Naquela época, já questionava normas sociais, especialmente as relacionadas à sexualidade, durante apresentações na Praça Mauá, no centro do Rio de Janeiro.

Em 1974, Star lançou seu primeiro álbum solo, Sweet Edy , que contou com músicas inéditas de grandes nomes da música brasileira, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Mautner e a dupla Roberto e Erasmo Carlos. A capa do disco exibia um artista glam, inspirado em ícones como David Bowie, T. Rex e Alice Cooper. Foi nesse contexto que Gil compôs para ele a canção Edith Cooper . Esse movimento, que o tornou o pioneiro do gênero no Brasil, surgiu após sua participação na versão brasileira do musical The Rocky Horror Show . Star também foi o primeiro cantor brasileiro a assumir publicamente sua homossexualidade.

Nos anos 1990, mudou-se para a Espanha, onde atuou no teatro e trabalhou como produtor de boates. Ao retornar ao Brasil, conquistou reconhecimento entre uma nova geração de admiradores. Em 2017, lançou seu segundo álbum, Cabaré Star , com produção musical de Zeca Baleiro e Sergio Fouad.

Recentemente, ele divulgava um projeto de financiamento coletivo para lançar um álbum exclusivamente com músicas do amigo Raul Seixas. Também era ativo nas redes sociais, onde compartilhava fotos históricas ao lado de grandes nomes da música brasileira, retiradas de seu acervo pessoal, que ele carinhosamente chamava de "bolsinha".

No campo editorial, o historiador Ricardo Santhiago lançou a biografia Eu só fiz viver – A história oral desavergonhada de Edy Star (Editora Popessuara). Além disso, Star foi tema do documentário Antes que Me Esqueçam, Meu Nome é Edy Star , dirigido por Fernando Moraes.

Em sua última entrevista ao Estadão , concedida em dezembro de 2024 por ocasião do lançamento de seu documentário, Star reafirmou sua paixão pela vida e pela alegria: "Eu estou aqui para me divertir. Vim ao mundo só para isso, e eu continuo me divertindo."

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